Por algum motivo
(Foi o sol que se pôs cedo demais,
Ou a terra que decidiu não cessar seu giro renitente?)
Por algum motivo
(Foi a palavra silenciada que emitiu seu pior grito,
Ou o medo que se materializou quando a covardia parecia fenecida?)
Por algum motivo
(Certo estou de que houve
Sim, motivo houve!)
Mas que motivo?
E o sussurro de um soturno vento
Despiu meus olhos com seus gélidos dedos:
E nada mais restou
Senão a certeza de que um motivo se fez carne
E habitou, desnecessário, no que poderia ter sido, mas não foi.
(Émerson Cardoso)
11/07/14
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