Foto: Erika Dias |
Fotografar torna-se, portanto, uma tentativa
De resguardar, da cena,
Um pouco do nós que já não somos.
Tão intrigante é a fotografia
Que me arrisco a dizer:
Sua imagem estática é o medo do não-mais
Que nós temos pavor de vislumbrar.
Congelados os momentos,
Resta-nos a ilusão de revivê-los.
Num olhar sempre nostálgico
Desejamos, insubmissos, revisitá-los.
Mas a fotografia,
Tragédia e sombra,
Ri de nós que a contemplamos.
Tão densa é que sequer nos esforçamos
Tenho medo do que ela pode ocultar:
Silêncio e grito ou saudade e dor
Nunca felicidade dela tiraremos:
Fotografia é sempre o-não-mais que ri de nós...
(Émerson Cardoso)
Uau! "Fotografia é sempre o-não-mais que ri de nós..."
ResponderExcluirQue belo! E não falo só do poema!!!
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