O inverno tange do outono as cores:
Descansa o peito, humana sombra.
Humana sombra, descansa o dorso
Nas pedras frias que te abriram fráguas.
Mortalhas nebulosas te afagam
Comendo o corpo que já perdeste.
Dorme, semblante tétrico, dorme,
Logo a aurora te redimirá.
Fere o dedo co'a ponta dos olhos,
Dispa o sono co'a dor que te ofertam.
Mesmo que Bianco almeje embalar-te,
Valas querem muito mais tuas cinzas.
Émerson Cardoso
(Após ler Paul Celan, ao som de "Plegaria", de Eduardo Bianco)
(Após ler Paul Celan, ao som de "Plegaria", de Eduardo Bianco)
30/11/2015
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