sábado, 15 de outubro de 2016

ODE PARA O QUE NÃO É ABRIGO

Quando o tempo tritura meus olhos sem força,
tenho medo...

Mas quem tem medo olha a si mesmo em poças de chuva
para constatar fugacidades nos cílios?

O tempo sepulta existências em tirânicas datas,
tentando me amedrontar...

Ele me atinge (dos-covardes-sou-a-maior-vítima!)
e sabe rir dos frágeis com desdém e fel!

Quem tem medo olha a si mesmo em palavra estreita
que se pretende poema e nada mais é do que susto?

O tempo olhou-me com seu cinismo,
O medo embalou-me com sua morbidez
E eu os olhos baixei para fitar a mim mesmo no áspero do chão,
Que é abrigo para os que almejam um dia rebelar-se!

Émerson Cardoso

19/02/16

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