quinta-feira, 3 de outubro de 2019

DESOBEDECENDO A RILKE (ou notas sobre o amor ausente)


Imagem linda que não sei quem criou,  
apesar de pesquisar muito

Você viu passar, por aqui, o amor?

Foi dispersão ou medo?
Brinquedo em quantas fugas?
Virar do rosto quando deveria olhar?

Em cada passo apressado passeei dormente
À espera de sinais que nunca chegaram:
Percebi só a superfície do meu olhar sem chão.

Você ainda vê o amor
Quando ele, invisível, se pavoneia ausente?
É tempo de amar, apesar do abismo?

Solidão sem trégua se abre para meu corpo-medo.
Vixe! Mas o que é isto?
Há um verde nascendo em meu olhar sem prece.

Émerson Cardoso
03/10/2019




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