Deus Possível,
Olhe por mim nesta hora em fráguas,
Pois o silêncio é meu grito agora
Deveras sórdida me parece a vida...
Devo dizer, Senhor Possível,
Que os meus braços chorosos riem
Em desespero como guerreiros
frágeis
Batalhas já não suportam mais...
Meus pés rasguei em pontiagudas
pedras
Para arrefecer me convida a luta
Não me permita verter sangue em vão
Chagas abertas fechem do meu medo
as portas...
Não me permita, Possível Senhor,
Que eu desista por pressentir a sombra
Do inimigo que me vê no espelho
E trama cárceres contra a minha
honra...
Se eu repousar num amanhã sem sol
Segure firme minhas mãos, Senhor,
Que eu na guerra de pé sempre
esteja
Mesmo que roto aos abismos desça...
Queira me ouvir nesta hora em dor
Que os meus olhos recomecem fortes
E minhas mãos firam os temores
Desta desdita de aparência
infinda...
E quando na desesperança eterna
Amargurada minh'alma gritar
Que eu me erga com a pele em cinza
E recomece uma nova batalha!
(09/10/13)
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