quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DO ADEUS E SEUS CREPÚSCULOS


Do alto de um prédio
Teu corpo tombou

Crepúsculo intenso
Ferindo o infinito

Aves assombradas 
Depressa fugiram

O tráfego insone
Cessou a jornada

Teu corpo quebrou
No chão como vidro

Vozes se calaram
Olhares perplexos

Dizendo-me adeus
Zombaste de mim

Quando em desespero
Tentei segurar-te

Loucura no riso
Morbidez no olhar

Um grito medonho
Sem tréguas lancei

O mundo em silêncio
Chorou minha perda

No céu arrebol
No peito incerteza

Tristezas e sombras
Despiram-me a vida

Tentei resguardar-te
A força não tive

Caindo teu corpo
Ao chão foi o meu

Dois corpos reunidos
Imersos no adeus...

Émerson Cardoso 
(05/12/13)

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