Como seria a vida
Sem contemporâneos de abertos braços
À amizade afeitos?
Mediocridade, egoísmo, entraves,
Gestos facínoras típicos do homem?
A amizade não...
Quando existente,
Sequer suscita mesquinharias.
Murmúrios de sol em madrugada alta,
A amizade boceja sempre perdão...
Quem se entrincheira em si mesmo,
Ou deforma-se no egoísmo desmesurado,
A amizade não...
Quando, de fato,
Sequer conhece da inveja a maldição.
Giros de claridade em cômodos obscuros da alma,
A amizade na covardia não ergue morada...
Infidelidade, soberba, intolerância,
Devastações advindas de imaturas bocas?
A amizade não...
Quando desvelada,
Sequer murmura incompreensões.
Olhares cúmplices de riso em funestos âmbitos,
A amizade torna possível a existência de quem vivo é.
Mas é necessário reconhecer
Quão rara é a amizade em nossa vida,
Pois que deve ser sufrágio explícito
Contra dissabores e desamparos...
Desconfiança, silêncio e solidão?
A amizade não!
Émerson Cardoso
22/02/14
Nenhum comentário:
Postar um comentário