quarta-feira, 25 de junho de 2014

ODE À ANA LUIZA CRISPIM


Quando acordei,
Sobre mim caiu um verso:
Papel corado que o vento abraça...

Brincando séria de fazer poema
Imagens dançam sob criativa marcha
Palavras nascem, crescem, reproduzem-se...

Vidrinhos frágeis contra pontiagudas pedras,
Facas que lambem dos olhos o branco, 
Colorido ácido que a pele fere com perfurantes dentes:

Eis a poesia - da que séria brinca.
Resguardados estão, seus versos, em coerentes muros:  
Força-frágil, janela-que-frestas-abre, significativas palavras... 

Agora, resta absorver o que virá
Da alma sobressalente da poetisa:
Leveza e cor, café à tarde, ironia e sombra? 

Poemas podem ser cortantes, 
Mas cicatrizantes também quando sussurram
Fugindo loucos do senso comum que nos espreita...

Tu és, merece que se diga: 
(Além da inteligência explicitada)
Uma sóbria, densa e exímia poetisa.

(Émerson Cardoso)
25/06/14






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