Para Dom Jorge
Quando o sol se põe, poeta,
O mundo é meu!
(Mas o compartilharei contigo!)
Em qualquer espaço em que me poste,
Quando o sol se põe, poeta,
A comoção me vem...
Como neste momento:
Um arrebol de vidro se desenha
Para além do alcance de minhas mãos,
Meus olhos acinzentados marejam
E o mar, que vai e vem à minha frente,
Parece cessar o movimento para
entristecer comigo...
Tudo em mim é este aspecto eviterno
Que o sol deixa na terra quando se vai:
Se a vida dói, um-lenitivo-agora-me-é-servido...
Poeta,
Tome este tom do sol como presente
Sorria-triste por tê-lo em mãos,
Porque tenho ciúmes dele e pouco o tenho
compartilhado
Você, no entanto, o mereceu...
Quando o sol se puser, poeta,
O mundo será nosso
E a fraternidade literária nos reunirá
com austeros braços
Por uma existência inteira!
Logo mais, São Jorge rirá de nós na lua
E mil dragões teremos que, na vida, enfrentar:
Que seja esse sol em despedida a
eternidade redescoberta
E que nossos olhos semeiem poesias com
taurinas armas
Por muito tempo ainda, sob este sereno
mar que nos espreita!
Émerson Cardoso
(Praia de Tambaú
João Pessoa – PB)
24/03/15
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