Amar a humanidade algo simples deve ser
(Sobretudo se esta permanecer distante!)
Se esta, no entanto, aproxima-se
Com suas contradições, incertezas e falhas,
Personificada em alguém que encontramos
Nos descaminhos que a vida impõe,
Aí a náusea não economiza em vômito
Dor e fel em profusão afloram...
A distância parece solução para os conflitos
De que se vale a humanidade:
Quem odiará os que ao contato não se entregam?
Eis, portanto, a janela para a dor do homem:
Manter confortável distanciamento de outrem
E assim feliz viver...
Neste terreno cascavélico de solidão ingente:
Quem conseguiria ser sem a presença do outro deleitar?
Quem poderia sem o olhar do outro ser?
Condição sine qua non para a existência,
A humanidade ri de nossa necessidade de aproximação
E desdenha do afeto que nos aprisionar deseja...
Émerson Cardoso
26/03/15
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