Estrofes criadas a partir de um desafio proposto pelo escritor e professor Arturo Gouveia. Ele propôs o mote e eu tentei escrever algo.
SEM TALENTO NENHUM PARA IMPROVISO,
PELO MENOS ESCREVO MEU MARTELO
Certamente careço de talento
Decassílabo pode ser cruel.
Sobretudo ao pelejar com tropel
De poetas com versos opulentos...
O cearense, porém, é impingento.
Silencioso não é nem um farelo,
Vocação nunca teve pra Carmelo,
Prepondera sua fama de ser liso:
Sem talento nenhum para improviso,
Pelo menos escrevo meu martelo.
Competir me mete medo profundo,
Mas cearense não foge do combate.
Resistente, ele nunca se abate,
Devagar ele vai traçando o mundo.
Se entristece, alegre está num segundo,
Escrever não vai ser nenhum flagelo.
Apesar de não ser bem o que anelo,
Pois queria mesmo o verso mais preciso:
Sem talento nenhum para improviso,
Pelo menos escrevo meu martelo.
(Émerson Cardoso – 14/01/16)