Com a ponta das
pedras que me fustigam.
Canivetes
resplandecentes
Transformo em
adorno para meu pescoço.
Em meus olhos,
quando nublados,
Espreito
premonições sempre vindouras.
Da pústula ganha
na caminhada,
Pressinto
sinceros sorrisos – e paz.
Se existe prego
fincado à força,
Estanco o sangue
na altivez da face.
Se irrompe corda
a perfurar o fôlego,
Determino vida
na rispidez do algoz.
Quando nasce
rara e fugidia lágrima,
Crio piscina
festiva e nela procuro o céu.
A dor, infame
claustro e algoz insone,
Não tem chave
capaz de me prender,
Não tem poder
sobre meus ossos,
Não rirá de mim,
porque costurei sua boca
Com a alegria
intrépida que não sabe me abandonar.
Émerson Cardoso
10/05/17
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