domingo, 27 de novembro de 2016

ODE PARA CHUVA SEM CAVALO


Cavalo que tirei da chuva,
Mastigarei resignação
E engolirei dor e distâncias.

Todas as nuvens choramingam
Enquanto o sol resseca o lábio
E xilograva ocaso e vento.

Enquanto a solidão ressona
Amortalhada ao meu redor,
O estio perfura minhas mãos.

Cavalo tirado da chuva,
Por sendas amargas irei
Furando facas com os olhos.

Émerson Cardoso

27/11/2016

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