quinta-feira, 10 de novembro de 2016

UMA (NÃO) PRECE À LUA


Lua de mortalha aberta em riso amargo,
Que esperas de mim:
Que eu te implore do amor cruentas fráguas
E humilde aceite o sepulcro aceso que me queres dar?
Escorpiões me espreitam em tuas sendas, Lua,
Mas pele não tenho para urticante agrado.
Quero silêncio em meus pés compungidos
E solidão em meus cadentes olhos...

Amor? Não, Lua, não creio, não devo, não careço!
Perfurado, o peito aspira pouco
E por estar sozinho não perderei a paz!

Émerson Cardoso
07/11/16



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