domingo, 5 de janeiro de 2014

POEMA DO QUE É TALVEZ


Talvez seja isto:
Touro acossado de gêmeos cornos
Que veste em si o pior em medos,
Que sente da lua a saudade do sol,
Que no grito guardado explode em tácitos anseios...

Que de Vênus tem medo
E de Marte inveja o furor...

Pobre Touro de corpo alquebrado,
Que na casa da infância guardou desesperos
E nas portas da ausência soube descansar...

Touro despido de olhar sempre triste,
Que vislumbra harmonia e encontra abismos 
E também nuvens cinzas que o querem embalar...

Talvez seja isto:
Terra, não-Fogo, não-Água, Ar
E as fugas que Andrômeda sempre espreita...

E a teimosia revestiu-o de honras!

Émerson Cardoso
(26/12/13)

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